“N o s t r a d a m i z a ç ã
o”
d a s P r o f e c i a s
A primeira aula de Escatologia na Assembleia de Deus
foi ministrada pelo missionário sueco Samuel Nyström. Ele falou sobre o
apocalipse e deixou os oficiais da igreja Assembleia de Deus em Recife de “cabelo
em pé”.
Após longos anos de silêncio sobre o tema, por medo de
tratar o assunto, os estudos sobre as últimas coisas, nas assembleias de Deus,
vieram como avalancha. Foi uma verdadeira febre. Na área da Escatologia, no
Brasil, destacaram-se os seguintes divulgadores:
Lawrence Olson
(escreveu o livro Plano Divino Através dos Séculos e depois o Alinhamento
dos Planetas – CPAD), Antonio Gilberto (escreveu o livro Daniel e
Apocalipse – CPAD), Armando
Chaves Cohen (escreveu o Apocalipse – CPAD), João de Oliveira
(escreveu sobre o Milênio – CPAD), Abraão de Almeida (escreveu Gogue
e Magogue – CPAD), Geziel Gomes (não escreveu nenhum livro nesta
área, mas deu centenas de palestras sobre escatologia) e finalmente Severino
Pedro da Silva (escreveu sobre o Apocalipse Versículo por Versículo
– CPAD). Todos estes pastores, sem exceção, acompanharam as ideias do Dr.
Scofield e os seus comentários de rodapé.
Esta plêiade de pastores assembleianos, homens de Deus
e pessoas da mais alta admiração, erraram fragorosamente nos seus cálculos
escatológicos e nas suas exegeses. Nostradamizaram a Bíblia com
interpretações escatológicas equivocadas.
As danosas previsões foram de “um computador
gigante”, em Bruxelas, interpretado como a “besta apocalíptica”, o “GOGUE,
TERRA DE MAGOGUE” – bloco de nações comunistas – prognóstico que falhou
devido à dissolvição da União Soviética, os “dez dedos da estátua do sonho
do monarca babilônio Nabucodonosor”, os quais foram interpretados como
fazendo referência ao Mercado Comum Europeu (atualmente, União Europeia), que
hoje tem a formação de “27” nações, ao famoso impacto profético chamado “alinhamento
dos planetas”, que, no dia e hora marcados, nada aconteceu, pois o único
alinhamento ocorrido foi a sensatez de nunca mais se fazer previsões insensatas
como estas.
Esta tendência de alinhar fatos históricos atuais com
alguma profecia bíblica é perigosíssima.
Por vezes, acontecem as mais esdrúxulas previsões, deixando assim a
Bíblia, a Palavra de Deus, em situação de descrédito. É preciso ter prudência,
maturidade e grande respeito pelas Escrituras Sagradas, a fim de não deixá-la
naufragando nos mares do ceticismo.
Ninguém deve se arrogar como intérprete absoluto da
escatologia, pois se trata de uma área profundamente especulativa. E, por ser
especulativa, cabe nela visões e interpretações diferentes.
Em razão disso, entro no estudo da Escatologia Bíblica
com cautela e cercado de vigilância grandiloquente para não cair em tentação e
cometer erros dantescos.
Isto posto, antes de passar ao estudo propriamente
dito da Escatologia Bíblica, quero dizer algumas coisas a fim de orientar você,
leitor, em nosso estudo de um assunto tão sério, misterioso e ao mesmo tempo
envolvente, empolgante.
Eu quero afirmar ao leitor que eu não vou me dar o
direito de ficar repetindo coisas técnicas da Escatologia, uma vez que esse
tipo de comentário se encontra em qualquer livraria evangélica repleta desse
tipo de livro. Evidentemente, não quero dizer com isso que não haja lugar para
as colocações técnicas. Mas eu não tenho a mínima vontade de falar qualquer
coisa que diga respeito às questões técnicas. Por isso deixo as tecnicalidades
para quem gosta. Isto porque acredito que o mais importante do estudo
escatológico é a mensagem, é a palavra em si que o assunto traz.
Posto isto, parto do pressuposto que a Escatologia
afigura-se como um dos assuntos mais atuais, mais presentes e contextuais que
podemos encontrar na Bíblia Sagrada. Desculpe-me por não entrar em academicismo
e em teologia formal no estudo propriamente dito da Escatologia, mas vou me
ater ao espírito da profecia, da mensagem, do testemunho, da vida daqueles que
recebem a mensagem acalentadora, esperançosa, consoladora no pior-melhor
momento da igreja. Evidentemente, que cada comunidade vive sua própria experiência.
Pior, devido à perseguição implacável de Roma contra os cristãos; melhor,
porque é nessa condição de igreja-perseguida que a Eclésia não se corrompe.
RPCL
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