Implicações de Uma Verdadeira Conversão
Texto:
Isaías 55:1-13.
Dias
desses, conversando demoradamente com o meu filho mais velho, Pr. Alexandre
F. Lima da Silva, sobre o «novo
nascimento»,
ele me fez uma pergunta de chofre: «Pai,
como se dá o novo nascimento, de fato?»
Primeiramente, eu
lhe respondi como um mero professor de teologia: «Novo nascimento é
regeneração, mudança de natureza; é nascer de cima para baixo; é nascer pela
ação exclusiva de Deus; é ser convencido do pecado, da justiça e do juízo pelo
Espírito Santo».
Em
segundo lugar, comecei a pensar e comecei a lhe dizer de
forma solta e sem amarras religiosas: Regeneração, novo nascimento, é começar a
ter prazer em tudo que tem a chancela divina; é desejar espontaneamente a obra
de Deus e estar convencido de que isso é o melhor a fazer na vida; é achar a
direção para viver vida intensa, forte, impetuosa, animada, motivada. A
verdadeira regeneração é resultado de um genuíno desejo por Deus e por sua
palavra.
Em terceiro lugar, percebi que quanto mais eu tentava responder
a sua pergunta mais dificuldades ia encontrando pelo caminho. Entendi que
regeneração é ser sacudido por dentro, é se sentir como a pior das criaturas
num primeiro momento e depois alguém limpo, leve e abençoado; é o despertar do
ser que passa a enxergar o maior de todos os seres – Jesus – como a sua
mais absoluta proposta para a vida – segue-me. É querer ser só aquilo
que se tornou, envolvido pelo forte abraço de Deus; é se sentir cheio quando
tudo não faz mais sentido por causa do vazio da alma; é sentir acesa a luz do
entendimento para ver a glória do unigênito do Pai.
Em quarto lugar, a regeneração é um dos elementos da
conversão, como a fé, que nos faz crer em Deus e no seu Filho Jesus,
o arrependimento, que nos leva a uma mudança de rota, ritmo e vida,
a confissão, que nos faz abrir a boca e querer falar apenas de Jesus
e de mais nada e ninguém; é a regeneração que nos introduz no mundo da
espiritualidade, da piedade, dos mistérios de Deus e faz nascer em nós os
elementos que estavam mortos dentro do nosso peito, tais como o amor, o
reconhecimento, o cuidado pelos outros, a sensibilidade, a vontade de querer
viver, a vontade de construir, espalhar o amor de Deus a todos os homens ...
Em quinto lugar, a regeneração é linha reta com Deus; é
sujeição, abnegação, submissão, atenção, cooperação, missão, explosão de
alegria; é o sentir-se útil novamente; é sentir que vale a pena existir, amar,
sorrir, que tudo que Deus criou tem um sentido incrivelmente maior do que se
pode imaginar; é deixar em segundo lugar e para depois o que era o mais
importante na vida; é se unir a Alguém que nos traz um novo que não tem só o
sentido de ser novo, mas é novo na sua res/posta, pro/posta e missão. É um novo
que é capaz de renovar todo o velho que estava dentro de nós.
Em sexto lugar, a regeneração é ambiente que cabe um só, pois
se está falando da nossa vida sendo transformada por Deus, encontrando sua
razão de existência, abrindo os olhos para ver o que nos foi negado ver pela
ação do diabo, até o momento que estamos prontos para falar aos outros o que
nos aconteceu.
Em sétimo lugar, a regeneração, obra exclusiva do Espírito
Santo em nós, não nos torna alienígenas, seres egoístas, superiores e
arrogantes, que pensam que são mais do que as outras pessoas; regeneração
regenera exatamente esse lado perverso que há em cada um de nós; somos
vivificados para vivermos em comunhão com Deus e com o próximo.
Em oitavo e último lugar, a regeneração é mais que religião, gostar de
igreja, gostar de alguns amigos e acostumar-se com o culto e com as músicas
gospel; somos regenerados não para ficarmos chorando e ocupando a Deus com os
nossos problemas existenciais, mas sim para servir a Deus, aos homens nas suas
necessidades mais prementes e específicas. Regeneração é coisa que começa do
lado de dentro, mas tem, objetivamente, expressão externa, o chamado para fora
de si mesmo, além de si mesmo. A regeneração faz a timidez ser engolida pela
alegria de querer falar, testemunhar, contar, cantar, louvar, de coração,
Àquele que se tornou a preocupação última da nossa vida. Ou seja: que não há
outra coisa que a gente pense mais, queira mais, deseje mais do que viver só
para Deus e para sua Obra.
Rev. Paulo Cesar Lima
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